Jornal de Notícias

23.05.2014

A Cooperativa de Ensino Superior Politécnico e Universitário (CESPU) apresenta os mais recentes dados relativos à sobrevivência no cancro oral na região norte de Portugal. Trata-se de um estudo pioneiro na medida em que não reflete apenas os dados de um só hospital, como os estudos existentes, mas de toda a região. “Estudo de sobrevivência de cancro oral da população do norte de Portugal” é o nome desta investigação da CESPU, em parceria com o IPO-Porto e o King’s College, em Londres, que apresenta a sobrevivência tendo em conta os estádios da doença, comparando os tipos de cancro da boca mais relacionados com tabaco ou com infeções pelo vírus do papiloma humano (HPV). Os resultados preliminares indicam que apenas 42% das vítimas de cancro oral sobrevive ao fim de cinco anos. Os autores verificaram que mais de 70% dos casos diagnosticados se encontravam já em estádios muito avançados. A investigação analisou a sobrevivência relativa de doentes com cancro do lábio, da cavidade oral e da orofaringe diagnosticados em 2006 e 2007 em residentes no norte de Portugal. A apresentação decorreu hoje, dia 23 de maio, às 9h00, na EXPONOR, no âmbito das Jornadas de Medicina Dentária da CESPU.

Luís Monteiro, docente da CESPU responsável por este novo estudo, participou já numa investigação anterior que decorreu entre 1998 e 2007, apresentada em 2013, e que concluiu que Portugal é dos países na Europa com maior aumento do número de casos deste cancro. Desenvolvida também pela CESPU em parceria com o IPO-Porto e o King’s College, em Londres, essa investigação concluiu ainda que na última década foram detetados em Portugal 9623 casos de cancro oral, 7565 em homens e 2058 em mulheres, tendo a patologia aumentado a um ritmo de 4% ao ano nas mulheres. Este crescimento revelou-se sobretudo em zonas da boca relacionadas com o vírus do papiloma humano (HPV), consequência de hábitos sexuais.

O docente da CESPU recebeu recentemente um prémio/bolsa da Associação Europeia de Medicina Oral para a colaboração em centros clínicos ou de investigação mundiais de referência na área da medicina oral.


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